Dados divulgados recentemente apontam que na Holanda o uso da e-bike ou bicicleta a pedalada assistida aumentou significativamente, principalmente entre um público com menos de 65 anos. Outra informação importante é que mais de um quarto dos quilômetros percorridos em bicicleta foram com e-bikes
As bicicletas a pedalada assistida estão se tornando em várias cidades do mundo uma opção para deslocamentos diários. Na Holanda um relatório recente do Ministério da Infraestrutura e da Gestão da Água aponta que 26% dos deslocamentos em bicicleta foram feitos com e-bikes, esse crescimento também foi notado quando a bicicleta a pedalada assistida foi utilizada como veículo de turismo com 18% das viagens.
A frota de e-bikes vem crescendo ano a ano, em 2013 eram apenas 8% das viagens e 12% dos trajetos em bicicleta. Outra constatação importante das autoridades holandesas é que a e-bike está se popularizando como veículo para ir e vir ao trabalho com 23% desses deslocamentos já sendo realizados com bicicletas a pedalada assistida.
O crescimento dos deslocamentos com e-bikes está intimamente ligado a compensações oferecidas pelos empregadores para a compra de uma bicicleta ou uma e-bike, esse benefício já é oferecido por 51% dos empregadores holandeses.
A e-bike deixou de lado o estigma de ser um veículo para pessoas mais velhas, e vem conquistando um público cada vez mais jovem entre 12 e 50 anos. Como referência em 2013, cerca de 16% da quilometragem percorrida com e-bikes foi feito por pessoas nessa faixa etária, agora essa participação aumentou para 25%.
Um deslocamento médio feito com uma bicicleta tradicional é de aproximadamente 3,6 km. Quando se utiliza uma e-bike os deslocamentos médios são maiores, algo em torno de 5,9 km.
Na Holanda as mulheres são as maiores usuárias das e-bikes fazendo cerca de 85% mais deslocamentos que os homens.Esses dados constam do estudo: ‘Fatos do Ciclismo: Novos dados do Instituto do Conhecimento para Políticas de Mobilidade (KiM)
Entre os anos de 2010 a 2019 a participação conjunta das bicicletas normais e e-bikes em deslocamentos feitos pelos holandeses praticamente não mudou. Mais de um quarto (28%) de todos os deslocamentos são feitos em bicicleta. Nos grandes municípios holandeses foi possível detectar um aumento dos deslocamentos em bicicleta.
Durante a crise da covid-19, o uso de bicicletas (viagem por pessoa por dia) ficou bastante estável em comparação ao período anterior à crise, porém houve um aumento na distância média percorrida, passando de 3,4 km para 4,4km. E a imagem da bicicleta não sofreu com a crise do coronavírus, a imagem positiva como veículo ficou inalterada e em alguns grupos foi vista com maior positividade
Na pesquisa, no trecho intitulado ‘Efeitos sociais do uso da bicicleta’ o KiM concluiu que a posse de uma bicicleta tradicional ainda é maior para pessoas dentro de um padrão de peso saudável do que entre pessoas com sobrepeso ou obesas, sendo o inverso para e-bikes. A posse total de bicicletas (elétricas e convencionais juntas) é significativamente menor em pessoas obesas do que em pessoas com peso saudável.
Esse mesmo trabalho aponta que os deslocamentos diários casa-trabalho-casa em bicicleta reduzem o risco de morte prematura em até 41%, principalmente para pessoas que tem baixa atividade física.
(CROW-Fietsberaad)
15 Outubro 2020
Mobilidade