Pernambuco retoma o projeto do Escritório da Bicicleta com a proposta de que este seja um mecanismo de cobrança mútua entre o Governo do Estado e as 14 prefeituras da região metropolitana de Recife para que se leve adiante o Plano Diretor Cicloviário que previa 591 km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas
O Escritório da Bicicleta entra mais uma vez em ação, desta vez na tentativa de levar adiante o projeto de 591 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas até 2020. A primeira reunião da instância de gestão participativa do Plano Diretor Cicloviário – o PDC - contou com a presença de representantes dos 14 municípios da Região Metropolitana do Recife e de outras 30 entidades envolvidas com a ciclomobilidade. Em conjunto com a retomada do EB, o estado de Pernambuco assinou um termo de cooperação técnica, que terá a duração de oito meses, com o ITPD – Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento para a revisão das politicas dirigidas à mobilidade em bicicleta e com isso compatibilizar demandas e ações.
O Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife foi lançado em fevereiro de 2014; trata-se de um documento que contém as diretrizes para implantação da infraestrutura e demais ações necessárias à promoção e ao incentivo do uso da bicicleta de maneira segura pelos ciclistas. O PDC foi construído a partir de diversos estudos e significativa participação de várias instituições da gestão estadual e das gestões municipais da RMR, além da sociedade civil e do setor produtivo.
O gestor de ciclomobilidade da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Permanbuco explica a nova fase do Escritório e a mudança para torna-lo ativo: “Identificamos que havia um freio no desenvolvimento do PDC além da questão orçamentária, e o foco era na gestão. Tentamos fazer contato corpo a corpo e percebemos enorme dificuldade. O Escritório já existia tacitamente, mas ele não era uma instância que contava com reuniões, atas, obrigações “. Para Torres o principal desafio é tirar do papel a malha ciclioviária complementar: “O estado não tem ruas e avenidas. Quem tem são os municípios. Então a gente precisa da colaboração deles para traçar as linhas de implantação, correr atrás de orçamento. Nossa intenção é interferir, potencializar o direcionamento de orçamento para a estrutura cicloviária” .
O desafio é interligar os percursos para os ciclsitas e formar uma rede lógica, necessária, por exemplo, na PE-15, em Olinda, que terá uma antiga ciclovia requalificada pela Secretaria Estadual de Turismo, Esportes e Lazer (Seturel) até o fim de 2018, mas ainda carece de comunicação com rotas no restante da cidade. A requalificação do trecho será a quarta etapa do Eixo Cicloviário Camilo Simões, com 30 km até Igarassu. A primeira parte, do Marco Zero à Fábrica Tacaruna com 5,1 km, foi entregue na última semana de abril,recebeu R$ 2,4 milhões de investimento com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, e foi executada pelo Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo - Prodetur. O Eixo Cicloviário compreende a Avenida Rio Branco, Ponte Maurício de Nassau, Av. Martins de Barros, Praça da República, Ponte Princesa Isabel, Rua da Aurora, Av. Prefeito Artur Lima Cavalcanti, Av. Dr. Jaume da Fonte e Av. Governador Magalhães e deve atender cerca de 3,5 mil ciclistas diariamente para deslocamento. Ainda falta implantar o trajeto até o Varadouro, em Olinda com 2,9 km, com licitação prevista para o mês de maioe do Varadouro ao início da PE-15 de 1,71 km para, só então, as obras contemplarem os 11 km da ciclovia da rodovia estadual.
O coordenador da AMECICLO – Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife- Pedro Luiz dos Santos, vê como fundamental o Escritório da Bicicleta para transformar o Plano Diretor Cicloviário em realidade. “O PDC e a própria gerência de ciclomobilidade dançou entre pastas. A gente vê que a demora esta muito ligada a fatores políticos, de simplesmente escantear a bicicleta da prioridade do estado e municípios”, declarou o cicloativista. Segundo o secretário de Turismo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras, o caminho é através da participação de todos os envolvidos: “Abrir o diálogo com os órgãos públicos e as entidades envolvidas com a ciclomobilidade é fundamental dentro das perspectivas do Governo de Pernambuco de priorizar o modal de transporte sustentável no cenário da mobilidade urbana. Vamos desenhar as linhas de execução do PDC, de forma conjunta, planejando, debatendo e propondo soluções”, sustenta Carreras.
(Gov. Pernambuco-Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer)
10 Maio 2017
Mobilidade