Com uma ação na ruas da capital gaúcha o DETRAN-RS, Mobicidade, Associação dos Ciclistas de Porto Alegre (ASCPA) e o Laboratório de Políticas Publicas e Sociais (Lappus) promoveram o Dia de Mobilização pela Segurança dos Ciclistas para alertar a distância mínima prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro para passar o ciclista no trânsito
Em Porto Alegre, a quinta-feira 9 de março foi o Dia de Mobilização pela Segurança dos Ciclista, aonde foram realizadas algumas ações para conscientizar os motoristas. Para marcar o dia, um grupo de ciclistas e algumas autoridades circularam pelas ruas da capital gaúcha com suas bicicletas equipadas com um “respeitômetro” - uma estrutura que lembra muito uma régua e marca em sua lateral a distância de 1,5 metro, prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro para passar o ciclista no trânsito. O lançamento na capital gaúcha marca o início de uma campanha de mobilização que será levada a outros municípios do Estado.
A ação é resultado dos estudos iniciados, em junho de 2015, pelo Grupo de Trabalho do Detran/RS que avaliou as políticas de incentivo ao uso da bicicleta e a segurança dos ciclistas em todo o Rio Grande do Sul. O estudo, mapeou os principais problemas enfrentados pelos usuários da bicicleta no dia a dia, com essas informações desenvolveu a campanha para informar o público em geral sobre os principais conceitos da legislação relacionada às bicicletas no trânsito.
A coordenadora do GT – Laís Silveira – revelou, o que muitos dos usuários da bicicleta sentem no dia a dia quando enfrentam o trânsito das cidades: “Concluímos que falta a muitos motoristas a consciência de que a bicicleta é um veículo e que seu espaço nas ruas junto com carros, ônibus e motos é garantido por lei”,
Entre as ações realizadas para envolver o público, destaca-se o convite para os jornalistas que além da convocação para a atividade, receberam também uma fita métrica com um metro e meio. Em vários semáforos da cidade também foram entregues, aos motoristas, folhetos dobráveis com a medida de 1,5 m prevista pelo CBT.
O representante da Associação de Ciclistas de Porto Alegre (ACPA), Pablo Weiss destacou que se a distância mínima de 1,5 metro fosse respeitada se reduziria consideravelmente o número de acidentes com ciclistas: “Se pudéssemos escolher um artigo do CTB que faria diferença na vida do ciclista seria o 201, que prevê 1,5m para passar pelo ciclista”. O representante da Mobicidade, José Antonio Martinez destacou que essa é a distância adotada no mundo inteiro e que todas as campanhas são feitas para alertar o motorista sobre a necessidade de se respeitar esse espaço.
“Precisamos dar melhores condições para que nossos netos possam optar pela bicicleta como meio de transporte”, apontou o representante do Lappus, Beto Flach que destacou que quem deixa o carro em casa está fazendo um bem social em benefício do planeta.
Para o diretor-geral do Detran-RS, Ildo Mário Szinvelski o ciclista não pode mais ser visto como um intruso, e sim como mais um partícipe do trânsito, e destacou: "vocês, ciclistas, estão fazendo história, uma história de construção de um trânsito mais humano".
Já o vereador Marcelo Sgarbossa (PT), ativista dos direitos dos ciclistas foi enfático ao declarar que a necessidade de aprimorar a educação no trânsito não é apenas uma questão da capital gaúcha, mas é uma questão global: “Porto Alegre é só mais um lugar em que as pessoas ainda acham que, por estarem motorizadas, têm uma preponderância sobre as outras pessoas que estão circulando na mesma via pública”.
Segundo a Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro, feita pelo Observatório das Metrópoles e PROURB/UFRJ – com dados de 2015 - a capital gaúcha tem um dos maiores índices de ciclistas que passaram a adotar a bicicleta como meio de transporte com 66,9% dos ciclistas, enquanto a média nacional é de 61,8%.
Ainda segundo os dados 62,9% dos ciclistas porto-alegrenses utilizam a bicicleta cinco ou mais dias por semana, e somente 20% utiliza a bicicleta combinada com outros meios de transporte em seus deslocamentos. Para 37,1% dos entrevistados, a principal motivação para começar a pedalar foi a praticidade e rapidez, seguido de cuidados com a saúde (31,7%) e custo (20,1%).
Fotos: Guilherme Formiga e Douglas Mafra/DetranRS
(Detran/RS)
20 Março 2017
Mobilidade