De acordo com a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador). Nos dois primeiros meses de 2018, o órgão municipal notificou 285 veículos por estacionamento irregular em ciclofaixas. No ano passado, a capital baiana acumulou um total de 1.859 multas pelo mesmo motivo – uma média de 154 notificações por mês. Ainda segundo o órgão, em 2017, a irregularidade correspondeu a 2% do total de multas emitidas no trânsito. Cada infrator identificado foi multado em R$ 195,23, valor estabelecido no Código Trânsito Brasileiro (CTB), perdendo cinco pontos na carteira de habilitação e ainda em alguns casos teve o veículo removido.
A ciclofaixa campeã em desrespeito pelos motoristas, de acordo com a Transalvador, é a do Aeroporto que, em 2017, acumulou 1.112 autuações. Em 2018, neste local, já foram emitidas 165 multas. Na segunda posição no rankig, dos locais onde as multas desse tipo são mais recorrentes, figura a de Pernambués. As situadas no Porto dos Mastros, na Cidade Baixa, e na avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM) também apresentaram altos índices de notificações por esta infração.
A quantidade de multas relativas a este tipo de infração, de acordo com engenheiro e especialista em transporte, Antônio Vasquez, deve ser observada como um alerta para os órgãos de trânsito, sobretudo no que se refere à conscientização dos motoristas quanto aos espaços dedicados aos ciclistas. “O que percebemos, no caso específico de Salvador, é que a multa como forma de ‘educar’ o motorista ainda não é capaz de fazê-lo pensar sobre o papel de cada um no trânsito. Costuma-se dizer que a multa dói no bolso, mas ela não funciona enquanto medida educativa já que a referida ‘dor’ passa assim que o infrator quita esta dívida”, afirmou.
Para o especialista, o trabalho de conscientização deve partir da mudança de uma cultura que sempre exaltou o automóvel como único veículo possível no trânsito. “A bicicleta precisa ser vista como um meio de transporte legítimo e oficial, assim como o automóvel. É desse princípio que as campanhas de conscientização devem partir, deste entendimento de que o trânsito é um espaço compartilhado e que exige cuidado e responsabilidade de todos os envolvidos”, disse. Segundo Vasquez, em paralelo às campanhas de conscientização, os órgãos de trânsito devem investir em sinalização para que os ciclistas estejam cada vez mais “visíveis”.
Por meio da assessoria de comunicação, a Transalvador informou que realiza “amplo trabalho de conscientização sobre as ciclovias, promovido pelo Movimento Salvador Vai de Bike em conjunto com diferentes órgãos da prefeitura, também com aplicação de ‘multa moral’ aos condutores que infringiam a lei”.
Atualmente, a capital baiana conta com 203 quilômetros de malha cicloviária. De acordo com a Transalvador, até o final deste ano, Salvador receberá mais 40 quilômetros deste tipo de equipamento.
Fonte: A Tarde
(A Tarde)
27 Março 2018
Mobilidade