O projeto de compartilhamento de bicicletas em Curitiba deverá começar funcionar até o inicio de outubro, sete meses depois do prazo previsto, em consequência de uma readequação na distribuição das estações
Responsável pela revisão do projeto, o Instituto de Pesquisa Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) afirma que a nova versão, ainda não finalizada, caminha para descentralização das estações estipuladas no contrato. Não haverá redução de estações ou de veículos: são 280 bicicletas e 25 terminais na primeira etapa e outros 200 veículos e 18 estações na fase posterior.
Segundo Camila Muzzillo e Antonio Taboada, arquitetos do instituto responsável pela readequação, explicam que o novo trabalho visa a otimização do sistema, aumentando a área de abrangência e interligando o projeto ao programa de planejamento urbano da cidade. Segundo Taboada: “A lógica é fazer com que a bicicleta converse com o transporte coletivo, já que o nosso modelo é fortemente ancorado no transporte coletivo”.
Em um primeiro estágio, o projeto está voltado para atender a região central da capital paranaense com a maioria das estações localizadas em um raio de 2,5 km a partir do marco zero da cidade, na Praça Tiradentes. No primeiro projeto apresentado, as estações estavam concentradas em um raio de aproximadamente 1 km do marco zero. “Estamos conversando com a empresa [Bikefácil, consórcio vencedor da licitação] e eles estavam preocupados com esse sistema. Estavam questionando essa proximidade das estações”, aponta Camila. “Antes tinha estações a cem metros uma da outra. Você parava em uma e conseguia ver outra estação”.
A nova distribuição prevê uma distância média de 500 metros entre uma estação e outra, intervalo semelhante aos das paradas dos ônibus . Na primeira fase do projeto não estão programadas estações perto do campus principal da PUC e dos campi Politécnico e Jardim Botânico da UFPR. “São alvos, mas em um segundo momento. Precisamos pensar melhor nas estações para que uma pessoa consiga ter onde ter onde deixar a bicicleta. Caso contrário, não gera estímulo de deslocamento”, acrescenta a arquiteta.
O vereador Goura (PDT), que defende o fortalecimento do modal na cidade, vê como natural a revisão do modelo, apesar de acreditar que o processo poderia ser mais rápido, já que Curitiba é uma das poucas capitais que ainda não têm bicicletas públicas. “Poderia ser muito mais rápido, muito mais ágil? Acho que sim. Poderia ter uma forma de gestão muito mais ativa sobre o uso de bicicleta na cidade, mas faz um certo sentido, no entanto, revisar e ver na prática como vai se dar o sistema de bicicleta pública aqui”.
De acordo com a Urbanização de Curitiba S.A., a ordem de serviço para a implantação do sistema em Curitiba deve ser assinada na primeira quinzena de julho. A partir da assinatura, o consórcio terá 75 dias para instalar as primeiras 280 bicicletas e 25 estações. O restante, que totalizará 480 bicicletas distribuídas em 43 estações, deverá ser entregue em 140 dias.
Para os usuários, o valor definido para a utilização do sistema é de R$ 5 para um passe diário, R$ 12 o mensal ou R$ 54 o semestral. Durante o período contratado, o usuário pode usar quantas bicicletas quiser, durante um período máximo de 45 minutos.
Foto: Pixabay/CCO Public Domain
(Tribuna do Paraná)
06 Julho 2017
Mobilidade