Ao circular por ruas e ciclovias da Alemanha é possível perceber que há muitas crianças utilizando a bicicleta, são vistas junto a seus pais pelas ciclovias e em passeios pelas cidades e parques. Há quem diga que por lá elas já nascem sabendo pedalar. Porém, por trás dessa cultura ciclística está um trabalho educacional que se inicia nos primeiros anos da escola primária.
As bicicletas com rodinhas estão já um tanto fora de moda para o aprendizado, agora em praticamente todas as casas com criança é possível encontrar as bicicletas de equilíbrio, ou balance bikes – sem pedal, aonde a criança aprende a se descolar com a bicicleta impulsionando e movimentando os pés. Um processo simples e que garante maior sensação de domínio, facilitando muito no momento em que a criança passa a usar uma bicicleta convencional sem a necessidade das rodinhas.
Após o aprendizado em casa, as crianças ao chegarem à terceira série do ensino fundamental (Grunsdchule), por volta dos sete anos de idade, começam a receber aulas especiais. Trata-se de uma capacitação para circular com bicicletas, a Radfahrausbildung.
Essa formação geralmente dura dois anos, com seu tempo variando de estado para a estado da Alemanha, e é realizada com praticas a cada seis meses. Além de receberam aulas teóricas, as crianças praticam a condução da bicicleta desviando de cones e sinalização de solo, além disso fazem exercícios em subidas e descidas, sempre tendo como meta aprender as leis de trânsito em vigor no país.
Para as aulas, as crianças recebem coletes fosforescentes com número de identificação e capacete. As bicicletas estão equipadas com luzes dianteira e traseira, além de uma campainha e o principal é que a bicicleta deve ser do tamanho ideal para o aluno.
A busca pelo envolvimento com a família é grande, assim os pais podem participar de algumas aulas e também podem acompanhar seus filhos em visita ao departamento de transito, onde as crianças passam por simuladores de trânsito.
O momento mais importante da formação é a prova prática quando a criança, se aprovada, recebe uma habilitação. Trata-se de uma espécie de carteira de motorista. O documento não é obrigatório, a criança não precisa carrega-lo quando circular pelas cidades, o fator mais importante desse processo tem uma enorme simbologia para o Estado e para o cidadão: a formação de futuros cidadãos responsáveis no trânsito.
(Deustche Welle)
07 Março 2018
Mobilidade