Em 2015, ONG Transporte Ativo e laboratório de mobilidade da UFRJ fizeram levantamento em 10 cidades. Dos entrevistados, 45% eram novos ciclistas.
As cidades brasileiras estão testemunhando o crescimento de um hábito, entre os moradores: usar a bicicleta como meio de transporte no dia-a-dia.
Quem já fez a troca diz que há muitas vantagens. Financeira, por exemplo: o dinheiro que se deixa de gastar com passagem, gasolina, estacionamento. Tem a questão da saúde - pedalar é uma atividade física. Além disso: não emite carbono, meio de transporte ecologicamente correto. Mas, em grandes cidades, como o Rio de Janeiro, o que está levando muita gente a trocar carro por bicicleta é o tempo.
“A bicicleta a princípio foi pra escapar do trânsito", conta Elton John Leite, bancário.
E depois de começar, em 2009, o Elton John se apaixonou. Vai pro trabalho com ela, faz compras com ela, visita os amigos com ela. Dias de folga? Adivinha. "A sensação de liberdade que qualquer ser humano precisa experimentar pelo menos uma vez na vida", diz o bancário.
E está fazendo bem pra cada vez mais gente. Em 2015, a ONG Transporte Ativo e o laboratório de mobilidade da UFRJ fizeram um levantamento em dez grandes cidades brasileiras e 45% dos entrevistados eram novos ciclistas. Gente que adotou a bicicleta como meio de transporte nos últimos dois anos.
Mas trocar volante por guidom necessita algum preparo.
"Uma vez que você vai praticando e aquilo vai virando parte do seu dia a dia, você começa a poder ir mais longe”, explica Zé Lobo, designer.
Quer mais dicas? “Sempre andar na mão dos veículos. Acho que é uma lenda que você andar vendo os veículos vindo na sua direção é mais seguro. Não é mais seguro”, diz Mirela Domenich, jornalista.
Não pense que foi fácil. Até atingir total desenvoltura, foram três anos tomando coragem. “Eu nunca tinha pedalado na cidade, mas eu falei tenho que dar o primeiro passo”, relembra a jornalista.
E o que a Mirela, o Zé, o Elton e outros tantos milhões de ciclistas querem é pedalar em segurança. O Código Nacional de Trânsito é claro: veículos maiores serão sempre responsáveis pela segurança dos menores. Se um deles cruzar seu caminho, seja gentil, tenha cuidado. Pode ser você, amanhã.
“O principal desafio é o respeito do motorista pra quem está andando de bicicleta”, diz o bancário.
(G1 - Jornal Nacional)
26 Janeiro 2016
Mobilidade