No mês de outubro algumas ruas centrais de Joinville começaram a receber a sinalização especifica para a implantação de ciclorrotas. Na primeira fase do projeto são alguns poucos quilômetros a serem implantados, porém a escolha da região foi estratégica com a proposta de ligar os eixos ciclísticos entre a XV de Novembro, nas proximidades do cruzamento com a Rua Blumenau, até a Rio Branco — antes sem continuidade de infraestrutura cicloviária. Outro ponto determinante para a implantação das ciclorrotas nessas ruas é o fato de que nelas os veículos já devem circular em baixa velocidade (30 km/h) contribuindo para o compartilhamento do espaço sem separação física.
Segundo a arquiteta da Secretaria de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável (Sepud), Taline Rolim, apesar de ser um projeto experimental no sentido de colher resultados quanto à segurança e educação no trânsito, essa modalidade deverá ser ampliada para outras ruas do Centro. Mesmo nos locais sem ciclorrota implantada, o compartilhamento das vias já é previsto pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Essa ação foi justamente pensada para incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte, uma vez que a cidade possui uma boa malha cicloviária, porém muitas dessas ciclofaixas e ciclovias não estão conectadas umas com as outras. Com o compartilhamento será possível aumentar essa conectividade — destaca a arquiteta. A implantação do modelo de ciclorrota em Joinville contou ainda com participação da Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e apoio do Movimento Pedala Joinville.
Luiz Carletto, diretor técnico do Pedala Joinville, diz que o movimento apoia toda iniciativa que incentive o uso da bicicleta e que reforce a segurança dos ciclistas. Ele lembrou que a ciclorrota é também uma forma de educar os motoristas com relação ao uso compartilhado da via com o ciclista.
A bicicleta como meio de transporte representa 11% da mobilidade urbana joinvilense, o maior índice do Brasil, conforme dado do Movimento Pedala Joinville. Para o consultor do grupo, Laércio Batista Júnior, a implantação das ciclorrotas é vista como um incentivo ao transporte sobre duas rodas, uma vez que a cidade é plana e propícia ao uso do veículo. A tendência é de que número de adeptos venha a crescer, uma vez que a ciclorrota é, na prática, uma extensão segura das ciclofaixas e ciclovias. — “Essas ciclorrotas e o compartilhamento da via com outros meios de transporte em zonas calmas já é uma realidade no mundo e essa é a maior prova de que a bike é um veículo em trânsito importante. Ficamos felizes com a coragem do Sepud em fazer essa implantação, que embora experimental, é um avanço e ajuda a resgatar o uso da bicicleta na cidade — aponta o consultor.
Ainda segundo o Laércio Batista Júnior, do Pedala Joinville para que a iniciativa funcione com segurança, é necessário respeito mútuo entre motoristas e ciclistas. "O ciclista faz parte do trânsito e tem que seguir normas, respeitar o sentido da via, os semáforos e a sinalização. O trecho compartilhado estabelece o posicionamento dele na rua e, na medida em que isso é respeitado pelo ciclista, é também pelos outros motoristas e pedestres", sinaliza.
Foto: Salmo Duarte
(Prefeitura de Joinville - A Notícia)
29 Novembro 2017
Mobilidade