Em todo condomínio residencial é comum encontrar bicicletários e em muitos casos, estes guardam bicicletas que muitas vezes foram abandonadas pelos moradores, seja porque são modelos infantis e “as crianças de casa cresceram”, porque o antigo proprietário comprou um modelo melhor ou até mesmo porque o dono acredita que não vale a pena o conserto. Essas bicicletas esquecidas, em qualquer estado de conservação, tornam-se ferramenta de transformação social para o Instituto Aromeiazero de São Paulo. Para essa instituição, essas bicicletas servem de material de aprendizado para aulas de mecânica e ferramenta de trabalho.
Para facilitar a ação o Instituto Aromeiazero faz a retirada das bicicletas sem custo para o condomínio e além disso produz material promocional para divulgação junto aos condôminos, denominado Como acabar com o cemitério de bicicletas? O instituto também recebe doações de peças e acessórios de bicicleta que podem ser deixados no CDC Arena Radical, centro esportivo comunitário voltado para a prática de BMX e skate localizado na Vila Olímpia.
"Esses cemitérios de bicicletas podem mudar a vida de muita gente. Nenhuma bike é tão ruim que não dê pra usar em uma aula", explica Murilo Casagrande, diretor do instituto. Essas bicicletas resgatadas são parte fundamental do curso Viver de Bike, que tem 60 horas de aulas voltadas para capacitar pessoas de baixa renda, principalmente mulheres, a gerar renda ou aumentar a mobilidade a partir do uso dessas bicicletas que serão revisadas e reformadas.
Cada aluno do curso tem que reformar uma bicicleta nas aulas de mecânica e após a conclusão este fica com a bike. As bicicletas excedentes são vendidas para financiar as próximas turmas ou redirecionadas para pessoas em vulnerabilidade social, e os modelos infantis, são utilizadas no Rodinha Zero, atividade que ensina crianças a pedalarem com autonomia e segurança sem a utilização de rodinhas.
fotos: Checoo VisualHunt TimquijanoVisualHunt
(aromeiazero)
03 Junho 2019
Mobilidade