Os impactos que o Coronavírus está provocando no dia a dia nos hábitos das pessoas em muitos lugares do mundo, sente-se com grande intensidade no mercado de bicicletas, e a Europa é o melhor exemplo disso. Nos primeiros dias de dezembro organizações do setor realizaram Market Outlook & Perspectivas Webinar trazendo importantes informações sobre o futuro da bicicleta para o setor
No evento virtual promovido pela World Bicycle Industry Association – WBIA, a Ferderação Mundial da Indústria de Artigos Esportivos – WFSGI, a Cycling Industries Europe – CIE , a Confederação Europeia da Indústria da Bicicleta – Conebi , a Federação dos Ciclistas da Europa e a organização PeopleForBikes revelaram que a pandemia e o crescimento vertiginoso na venda de bicicletas funcionou como um catalisador político para os investimentos em bicicleta, alterando de forma impactante a curva de crescimento desse mercado.
Estima-se que os europeus até 2030, nas vendas combinadas de bicicletas e e-bikes (bicicletas elétricas a pedalada assistia), tenham um aumento de 47% nas vendas em comparação com os números de 2019. As e-bikes, na Europa, foram as maiores impulsionadoras do mercado, com um aumento de 23% de aumento nas vendas entre 2019 e 2020, mesmo com muitas lojas terem permanecido fechadas durante a primavera no hemisfério norte.
No ano passado foram comercializadas 3,7 milhões de e-bikes, para 2030 os especialistas estimam que as vendas nos países da comunidade europeia e do Reino Unido cheguem a 17 milhões de unidades. Nas previsões futuras, quando somadas às demais bicicletas (modelos tradicionais, estradeiras, mountain bikes, infantis) temos cerca de 30 milhões de unidades por ano, o que levará as vendas de bicicletas a mais de duas vezes o número de automóveis de passageiros atualmente emplacados por ano na União Europeia.
O trabalho também trouxe um dado interessante, a queda nas vendas das bicicletas tradicionais que vinham sendo substituídas por e-bikes nos últimos anos, parou e inclusive reverteu esses números sinalizando um uma perspectiva de aumento de 4% e que por dois anos esse mercado se mantenha estável, antes de que uma nova redução. A necessidade de trocar as academias pelas bicicletas, o seu uso para o lazer ou deslocamentos e a implementação de infraestruturas mais seguras por toda a Europa contribuíram para esse crescimento. Desde março os governos europeus investiram mais de um bilhão de euros em infraestrutura, criando mais de 2300 km de novas ciclovias.
O crescimento mundial do uso da bicicleta fica muito claro e real quando se percebe que o Google Maps registrou um aumento global de 69% no número de buscas de rotas de bicicleta entre fevereiro e junho deste ano. Em países como Finlândia e Polônia essas buscas quadruplicaram. Além disso, o número de viagens em bicicletas registradas pelo aplicativo Strava, na cidade de Berlim aumentou 56% em abril deste ano em comparação com o mesmo período de 2019. A cidade de Barcelona teve um aumento de 82% entre junho de 2019 e junho de 2020, enquanto Liverpool registrou um aumento de 222 % entre maio de 2019 e maio de 2020.
(ECF - European Cyclists Federation)
09 Dezembro 2020
Mercado