Pesquisa Impacto Social do Uso da Bicicleta em São Paulo, realizada pelo CEBRAP e patrocinada pelo Banco Itaú, apresenta dados importantes sobre o impacto que a utilização da bicicleta promoveria na economia da cidade de São Paulo
Apresentado no último dia 10 de maio o estudo Impacto Social do Uso da Bicicleta em São Paulo, foi elaborado pelo CEBRAP com o patrocínio do banco Itaú. Realizada entre junho e dezembro de 2017, a pesquisa fez 1100 entrevistas em domicílio a partir de uma amostra da população do município de São Paulo e outra complementar com usuários de bicicletas. O objetivo foi estimar o impacto do uso da bicicleta no município de São Paulo em três áreas: meio ambiente, saúde e economia [tanto na dimensão individual quanto na social].
Entre as informações apresentadas o estudo mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade de São Paulo teria um acréscimo de R$ 870 milhões se parte dos trajetos feitos com automóveis fossem realizados por bicicletas.
A conta apresentada é muito clara e aponta diretamente ao ganho de produtividade promovido pela diminuição do tempo diário gasto no trânsito pelos usuários da bicicleta. A pesquisa também aponta para um importante impacto na renda individual dos usuários. Para indivíduos das classes C e D, a economia de 14% na renda mensal, em média R$ 214..
Para essas informações os trechos considerados para a substituição dos carros e ônibus por bicicletas tomam por base uma viagem de até 8 quilômetros. “Os ganhos [para o PIB] poderiam ser ainda maiores se a troca pela bicicleta acontecesse em mais cenários”, diz Carlos Torres Freire, coordenador do Centro Brasileiro de Anãlise e Planejamento – CEBRAP – responsável pela elaboração do trabalho.
Ainda segundo o estudo, a utilização da bicicleta provocaria impactos no setor da saúde com uma economia anual de R$ 34 milhões considerando apenas a redução das possibilidades de internações por doenças do sistema circulatório e diabetes, isso sem citar despesas com medicamentos.
Além da diabetes e de problemas circulatórios, as pessoas regularmente ativas têm menor probabilidade de ter problemas relacionados a câncer de mama e cólon, osteoporose, depressão e ansiedade.
O estudo mostra que, entre os ciclistas, a proporção de indivíduos regularmente ativos – que têm menor probabilidade de desenvolver uma série de doenças – é três vezes maior que a da população geral.
Em conjunto com a economia, outro fator importante seria a grande contribuição ambiental, com a redução das emissões de CO² com a substituição da bicicleta por veículos automotores. Se essa troca ocorresse nas viagens de até oito quilômetros realizadas entre 6h e 20h por pessoas de até 50 anos de idade, 31% dos trajetos de ônibus e 43% dos percursos de carro não aconteceriam.
Atualmente as estimativas são de que os ciclistas, já sejam responsáveis por uma redução de 3% na emissão de CO² levando em conta apenas o transporte de passageiros na cidade de São Paulo. As projeções apontam para uma potencial redução de 18% se fosse atingido o potencial ciclável dos deslocamentos da cidade.
Durante a apresentação do estudo, a superintendente de relações governamentais do Itaú, Luciana Nicola, declarou: “Muitas pessoas ainda são bastante apegadas aos carros. É importante mudar esse pensamento para promover o melhor uso do espaço público”.
Apesar de todas as vantagens, a pesquisa traz um dado para ser levado muito em conta: apenas 31% da população está disposta a utilizar a bicicleta como meio de transporte diariamente, fato que poderia ser revertido com campanhas de conscientização e educação e a implantação de políticas de incentivo à utilização da bicicleta.
Fotos: José Cordeiro/SPTuris
(Fonte: CEBRAP)
15 Maio 2018
Mobilidade