A Prefeitura de Curitiba lança nesta quinta-feira (23) um edital de concorrência pública para selecionar uma empresa para a implantação, operação, manutenção e gerenciamento do serviço integrado de bicicleta pública na capital paranaense. O projeto prevê a oferta de 480 bicicletas, para uso gratuito por até 45 minutos, e cobrança por frações de 15 minutos a partir desse tempo.
As bicicletas poderão ser retiradas e devolvidas em 43 estações a serem construídas pelo vencedor da concorrência - a maior parte na região central de Curitiba. As estações deverão fornecer wi-fi gratuito à coletividade – um diferencial de outros projetos semelhantes no Brasil – e serão divididas nas categorias grande (21), média (10) e pequena (12).
Os principais pontos do edital do novo serviço, conhecido como bike sharing, foram apresentados nesta quarta-feira (22) ao prefeito Gustavo Fruet pelos presidentes da Urbanização de Curitiba (Urbs), Roberto Gregório, e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Sérgio Pires.
“Esse edital é uma nova ação desta gestão para o avanço e a melhoria da mobilidade em Curitiba, como a implantação da Via Calma, da Área Calma, das novas sinalizações e infraestrutura, além do incentivo ao compartilhamento dos modais. Avaliamos os projetos semelhantes de outras cidades brasileiras e vamos colocar um custo baixo para o usuário do bike sharing em Curitiba”, destaca o prefeito.
O projeto das estações e o local de implantação foram definidos pelo Ippuc. Técnicos da Urbs e das secretarias municipais de Trânsito e de Urbanismo participaram da elaboração do termo de referência.
“Esta é mais uma iniciativa da Prefeitura para a integração intermodal em Curitiba. As pessoas que já utilizam o transporte coletivo na cidade, principalmente na região central, contarão com essa nova alternativa de locomoção. Há também o benefício ambiental, com a redução significativa de emissões de poluentes, contribuindo para a maior sustentabilidade da cidade”, diz o presidente da Urbs, Roberto Gregório.
As bicicletas poderão ser emprestadas mediante a inscrição em um sistema de adesão, cujos preços máximos deverão ser: R$ 5 (passe diário), R$ 12 (passe mensal) e R$ 55 (passe semestral). Os primeiros 45 minutos de utilização serão sempre gratuitos, sendo cobrado depois desse tempo um valor entre R$ 2 e R$ 2,50 a cada 15 minutos de uso. Os valores poderão ser corrigidos anualmente pelo IGPM-FGV.
Entre duas utilizações gratuitas, o usuário, obrigatoriamente, deverá respeitar intervalo mínimo de 15 minutos – não será possível a retirada de outra bicicleta dentro desse intervalo sem o pagamento da fração. Desta forma, fica garantida a rotatividade e o acesso ao maior número de usuários possíveis, sem prejuízo dos fins que se destina o serviço. A retirada de bicicleta pelo usuário poderá ser feita por aplicativo de telefone celular, equipamento de autoatendimento nas estações e ligação para central de operação do sistema.
Poderão participar do edital empresas e consórcios brasileiros e consórcios formados por empresas brasileiras e internacionais. A abertura das propostas acontecerá no dia 27 de julho. Será declarado vencedor provisório quem oferecer o menor preço para a somatória dos valores de adesão ao sistema (passe diário + passe mensal + passe semestral).
O selecionado deverá apresentar uma amostra do serviço em um prazo de 25 dias – a estrutura deverá ser formada por uma estação compartilhada de bicicleta com suporte publicitário com no mínimo três bicicletas e três estacionamentos, a serem instalados em uma área da Rodoferroviária de Curitiba. Uma comissão técnica formada por representantes da Urbs, Ippuc e Setran irá avaliar o projeto pelos parâmetros definidos no termo de referência.
Se o projeto for aprovado pela comissão, o vencedor do edital terá 140 dias para implantar o sistema de bike sharing em Curitiba. Numa primeira etapa, em 75 dias, deverão ser montadas as primeiras 25 estações, com fornecimento 280 bicicletas para empréstimo. Na segunda etapa, nos 65 dias restantes, serão entregues as outras 18 estações e mais 200 bicicletas.
As bicicletas do sistema deverão ter rastreadores que permitirão o monitoramento e o estudo de diversos dados como origem, destino, tempo de utilização, caminhos percorridos, entre outras. As informações levantadas serão utilizadas pela Prefeitura em projetos e ações para a melhora da ciclomobilidade em Curitiba.
(Tribuna - Paraná Online Foto Zé Jorge)
23 Junho 2016
Mobilidade